sexta-feira, outubro 18



Conversando sobre a morte e a vida

Na verdade ninguém sabe nada sobre a morte e muito menos sobre a vida.
Em vida nos perdemos no consumo em relações superficiais, quando a morte vem ficamos paralisados.
Sei que existem historias que parecem vividas pela metade, que são vividas com tanto sofrimento, que fica difícil dizer se vivemos ou morremos a cada dia.
A pequena Geovana, guerreira tão pequena, lutou pela vida, conhecia como ninguém as agruras de uma infância pobre e desprotegida, de filha família humilde, sem nenhuma proteção das leis vigentes, morava em uma das maiores invasões do Distrito Federal, onde o lixo e o trafico dominam , em uma casa pequena, úmida, em terreno de alto risco, de dificil acesso, morava com seus pais e irmãos. Sua mãe trabalha em casas de família, saia às 5 e 30 todas as manhãs para buscar o sustento da casa, história comum entre as mães da periferia das grandes cidades.
E nossa pequena vinha de tão longe, depois vencer tantos obstáculos da vida, chegava à escola.
Lutou dia após dia para ser vista, e sendo vista, teria seus direitos fundamentais assistidos.
Mas veio a morte e ela ganhou a vida!
E o que gritava seus olhos, tão pequenos foi visto por todos, sua solidão, sua falta de tudo e de todos, sua casa pequena, mas cheia de amor de seus pais, sua comunidade tão pobre de tudo, de escola ,de coleta de lixo, de hospital, de transporte,  de hospital,de segurança.
Percebi que na verdade a escola, era realmente o seu mundo bom, tão distante de suas lutas, cheio de historias, música, filmes, brincadeiras, letras muitas letras.
Devia olhar sua professora linda, com seu batom laranja, e como nos filmes infantis se imaginar como uma princesa,como ela . E construir historias em sua mente , sentindo seu coração bater mais forte a cada vez que chegava a este mundo bom.
Mas ela se foi, e a vida e a morte neste momento se confundem, morreu a matéria o corpo, mas seu legado ficou, me fazendo acreditar que nenhuma criança deveria morrer para viver aos olhos desta sociedade injusta que exclui nossos pequenos.
Que Deus em sua infinita misericórdia, acolha aqueles que sofrem com sua perda, e console o coração de sua família.


2 comentários:

AULAS ONLINE disse...

Na verdade a escola deveria está próxima da casa dela, e jamais uma criança de 6 anos deveria enfrentar essa dura realidade pra estudar morando em plena capital federal...nesse país de publicitários, onde vendem a triste ilusão. " De um país perfeito, sem pobresa e sem analfabétismo"an

Blog da Tia Zan disse...

Amiga, como são sábias suas palavras!!! Mas acredito num Deus justo e bom, que não permite que caia sequer uma folha de uma árvore sem que Ele permita! É, infelizmente, a vida é assim, nem sempre feita de momentos felizes. Mas também depende de que ângulo estaremos analisando, pois o mundo para Geovana era muito sofrido, realmente não teria sido melhor a sua "libertação"? a verdade é que nada ocorre por acaso e quem somos nós, reles mortais para duvidar dos desígnios de Deus! Beijos, minha amiga filósofa, te adoro!

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"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." Clarice Lispector