quarta-feira, outubro 16










O silêncio das perdas

Quando perdemos alguém, ficamos paralisados sem nada saber dizer.
Sei que tenho a sensação que existem historias que são vividas pela metade, sem um fim, que se possa dizer que realmente de "fim".
Pessoas que se conhecem,permanecem, enchem a vida de "vida", e de repente vão embora sem deixar que outro lhe diga de seus temores, de suas angustias, de seus defeitos, de seus medos, sem ao menos esperar pela ultima declaração de amor, o ultimo abraço, um último afago.
E no silêncio das perdas constroem- se o vazio, o desespero da falta, os dias se arrastam, o riso cessa a vida apaga !
As perguntas ficam sem respostas,os segredos ficaram sem confidente, os sonhos sem cúmplice.
Não sei o que pensar...Mas fico observando, que nada para, tudo continua apressado. Os dias se vão...e eu contando todos eles, não acreditando que se passaram tantos, as crianças continuam a gritar, o trabalho não cessa.
Só eu parei, pra quem sabe ver você voltando devagarinho, sentar ao meu lado contando suas histórias, enchendo o vazio que ficou.

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"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." Clarice Lispector